A AdC, por sua vez, encerrou o processo e refutou as críticas, afirmando que a operação levantava "sérias dúvidas concorrenciais" e que a Idealista não apresentou soluções para mitigar os riscos.
O conflito entre a plataforma imobiliária e o regulador português intensificou-se após a AdC ter decidido, em junho, passar a análise da operação para uma fase de investigação aprofundada.
A Idealista argumentou que a Kyero representa apenas 1% do mercado português e que a notificação foi feita "ad cautelam" (de forma preventiva), criticando a AdC por um "atraso injustificado" e por nunca ter comunicado de forma "detalhada e objetiva" as suas preocupações. Segundo a empresa, a AdC indicou que precisava de concluir um teste de mercado ('market test') antes de poderem ser apresentados compromissos, mas não o fez a tempo. Por outro lado, a AdC defendeu que a Idealista detém uma posição de liderança "muito destacada", superior a 50% de quota, o que torna qualquer aquisição relevante. O regulador afirmou ter-se deparado com "respostas circulares e pouco claras" por parte da Idealista e que esta "não viu qualquer iniciativa no sentido de resolver as preocupações identificadas", não tendo sugerido quaisquer compromissos.
A AdC mencionou ainda que a operação também foi notificada em Espanha, onde a autoridade da concorrência local (CNMC) estaria a exigir compromissos que a Idealista considerou "excessivos", levando à desistência do negócio em ambos os países.












