O grupo de media português Impresa, detentor da SIC e do Expresso, confirmou estar em negociações exclusivas com o conglomerado italiano MediaForEurope (MFE), da família Berlusconi, para a venda de uma participação de controlo. A notícia gerou uma forte reação no mercado, com as ações da Impresa a dispararem em bolsa, refletindo a expectativa de que a operação possa ser a solução para a grave crise financeira que o grupo atravessa. A Impresa acumulou prejuízos de 36 milhões de euros nos últimos dez anos, com um resultado negativo recorde de 66,2 milhões em 2024 e uma dívida líquida que atingiu os 148,2 milhões no primeiro semestre de 2025. A auditora Deloitte alertou que a continuidade das operações depende do sucesso de medidas como a reestruturação de custos e a entrada de um novo investidor.
A venda do edifício-sede, uma das soluções equacionadas, falhou.
Neste contexto, a entrada da MFE, que tem como desafio tornar-se o principal operador de media na Europa, é vista como vital. Embora Francisco Pinto Balsemão tenha afirmado no passado que preferiria vender tudo a aceitar uma posição minoritária, um comunicado recente da Impresa admite que "não se encontra afastada a possibilidade da aquisição por este de uma participação relevante (direta ou indireta) para efeitos de controlo".
O mercado reagiu com euforia, com as ações a valorizarem quase 100% num só dia, antecipando uma recapitalização que poderá salvar o histórico grupo de media português.
Em resumoConfrontada com uma grave crise financeira, a Impresa negoceia a venda de uma participação de controlo ao grupo italiano MFE, uma operação vista como crucial para a sua sobrevivência. O mercado reagiu com um disparo histórico das ações, antecipando uma recapitalização que poderá redefinir o futuro da SIC e do Expresso.