O grupo de comunicação social Impresa, detentor da SIC e do semanário Expresso, confirmou estar em negociações exclusivas com o grupo italiano MediaForEurope (MFE), da família Berlusconi, para a venda de uma participação que poderá implicar a perda do controlo acionista da família Balsemão. Esta movimentação surge num contexto de dificuldades financeiras para a Impresa, que acumulou prejuízos de 36 milhões de euros na última década e anunciou um plano de corte de custos de 16 milhões de euros até 2028. A MFE, que recentemente se tornou acionista maioritária da emissora alemã ProSiebenSat.1, tem como ambição tornar-se "o principal operador de TV e media da Europa".
As negociações com a Impresa inserem-se nesta estratégia de consolidação pan-europeia.
Após a notícia, as ações da Impresa dispararam na bolsa, refletindo a expectativa do mercado.
O grupo português admitiu que "não se encontra afastada a possibilidade da aquisição por este [MFE] de uma participação relevante (direta ou indireta) para efeitos de controlo". Em resposta, um grupo de empresários portugueses, liderado por Bruno Batista do GCIMEDIA Group, manifestou interesse em entrar no capital da Impresa para "impedir que a SIC possa cair em mãos estrangeiras", propondo-se a renegociar a dívida do grupo. Adicionalmente, foi noticiado que o fundador, Francisco Pinto Balsemão, gostaria de manter o controlo do Expresso, o jornal que fundou há mais de 50 anos, mesmo que o resto do grupo seja vendido.
A continuidade da Impresa, segundo a sua auditora, depende do sucesso de operações como esta venda ou a alienação da sua sede.
Em resumoFace a uma década de prejuízos, o Grupo Impresa está a negociar a venda de uma participação de controlo ao gigante italiano MFE, o que poderá redesenhar o panorama dos media em Portugal. Embora exista uma contraproposta de empresários nacionais para manter o grupo em mãos portuguesas, a consolidação europeia pretendida pela MFE representa um forte impulso para a concretização do negócio.