O setor bancário espanhol vive momentos de tensão com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil lançada pelo BBVA sobre o Banco Sabadell, uma proposta que encontrou forte resistência por parte do conselho de administração do banco catalão e de acionistas de peso. A oferta, que consiste numa troca de ações, avalia o Sabadell em aproximadamente 17 mil milhões de euros, um valor substancialmente superior ao da tentativa de fusão falhada em 2020. O conselho de administração do Sabadell rejeitou unanimemente a oferta, considerando que esta desvaloriza o banco. O CEO do Sabadell, César González-Bueno, manifestou publicamente a sua convicção de que a OPA será um "fracasso", duvidando que o BBVA consiga atingir o seu objetivo. Esta posição foi reforçada por um dos seus maiores acionistas, a seguradora Zurich, que detém 4,947% do capital e anunciou que não irá vender as suas ações, afirmando que a oferta "não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell para além das perspetivas independentes da empresa".
No entanto, a frente de oposição não é monolítica.
O investidor mexicano David Martínez, que detém 3,86% do capital, anunciou que irá aceitar a troca de ações proposta pelo BBVA, abrindo uma brecha na resistência acionista. O presidente do BBVA, Carlos Torres, mantém-se otimista, estimando que o banco conseguirá obter o controlo de 60% a 70% do Sabadell com a OPA, cujo prazo de aceitação se aproxima do fim.
Em resumoA OPA hostil do BBVA sobre o Sabadell transformou-se numa batalha acionista, com o conselho de administração e o parceiro estratégico Zurich a liderarem a resistência, enquanto outros investidores se mostram dispostos a aceitar a oferta. O desfecho permanece incerto e irá determinar o futuro da consolidação no setor bancário espanhol.