A Impresa admitiu, em comunicado à CMVM, que “não se encontra afastada a possibilidade da aquisição por este [MFE] de uma participação relevante (direta ou indireta) para efeitos de controlo”, embora sublinhe que não existe ainda qualquer acordo vinculativo. As negociações ocorrem numa fase delicada para o grupo português, que acumulou um prejuízo de 36 milhões de euros nos últimos dez anos e cujos resultados semestrais de 2025 agravaram as perdas para 5,1 milhões de euros. A própria auditora, Deloitte, alertou que a continuidade das operações depende do sucesso de medidas de reestruturação, incluindo a venda da sede ou a entrada de um novo investidor. O MFE, por sua vez, tem uma estratégia clara de expansão para se tornar “o principal operador de TV e media da Europa” e competir com gigantes do streaming.

A recente aquisição de uma participação maioritária na alemã ProSiebenSat.1 é um exemplo desta ambição, embora tenha gerado incerteza sobre o futuro editorial e laboral da emissora.

No meio das negociações, foi noticiado que Francisco Pinto Balsemão, fundador do Expresso, teria o desejo de manter o controlo do semanário, o que poderia complexificar o acordo com o grupo italiano, mais focado no negócio da televisão.