A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Visabeira sobre a Martifer foi marcada pela intervenção da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que recomendou o cancelamento de uma proposta de distribuição de quatro milhões de euros de reservas aos acionistas. A decisão, acatada pelos principais acionistas, levou à desconvocação da assembleia-geral extraordinária agendada para 10 de outubro. A OPA da Visabeira, anunciada em agosto, baseia-se num acordo tripartido com os outros dois acionistas de referência da Martifer, a I’M (dos irmãos Martins) e a Mota-Engil.
A contrapartida oferecida, de 2,057 euros por ação, tem sido contestada por investidores minoritários, que a consideram abaixo do valor real da empresa. Neste contexto, os acionistas I’M e Mota-Engil propuseram a distribuição de quatro milhões de euros em reservas, o que equivaleria a quatro cêntimos por ação.
Contudo, a Martifer comunicou que, após “terem sido mantidos contactos com a entidade supervisora CMVM”, e estando o registo da OPA “pendente de condições”, a proposta foi retirada.
Fontes citadas nos artigos indicam que a decisão seguiu uma recomendação do regulador.
Com a retirada da proposta, a assembleia-geral, que tinha este ponto único na ordem de trabalhos, foi desconvocada, adiando qualquer distribuição de valor aos acionistas até que o processo da OPA esteja mais clarificado.
Em resumoA intervenção da CMVM na OPA da Martifer demonstra o papel ativo do regulador na proteção do mercado e dos investidores. A suspensão da distribuição de reservas, enquanto a OPA está pendente, visa garantir a estabilidade do processo e evitar decisões que possam influenciar o seu desfecho, especialmente num cenário de contestação ao preço oferecido.