A recusa de acionistas de referência, como a seguradora Zurich, em vender as suas participações, aumenta a incerteza sobre o sucesso da operação.

A Zurich, segundo maior acionista do Sabadell com uma participação de 4,947%, anunciou publicamente que não aceitará a oferta do BBVA, considerando que esta “não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell para além das perspetivas independentes da empresa”. Esta posição representa um apoio significativo à estratégia do conselho de administração do Sabadell, que rejeitou unanimemente a proposta. A decisão da seguradora suíça, parceira estratégica do Sabadell no negócio de banca-seguros, contrasta com a de outros investidores, como o mexicano David Martínez (3,86%) e o fundo Algebris Investments (0,05%), que já anunciaram a intenção de aceitar a oferta. O CEO do Sabadell, César González-Bueno, manifestou-se cético quanto ao sucesso da OPA, afirmando que o BBVA só conseguiu, até ao momento, o apoio de cerca de 12% do capital. Em contrapartida, o presidente do BBVA, Carlos Torres, estima que o banco conseguirá controlar entre 60% e 70% do Sabadell.

A operação surge após o fracasso das negociações de fusão em 2020 e baseia-se numa troca de ações, avaliando o Sabadell em aproximadamente 17 mil milhões de euros. O desfecho da OPA, cujo prazo termina a 10 de outubro, será revelado pela autoridade do mercado de valores espanhola uma semana depois.