A intervenção reflete as crescentes tensões geopolíticas em torno do acesso a tecnologias avançadas.

Pela primeira vez, o Ministério da Economia holandês invocou a Lei de Disponibilidade de Bens, alegando “uma ameaça à continuidade e salvaguarda, em solo holandês e europeu, de conhecimento tecnológico e capacidades cruciais”, bem como “graves falhas de governação” na empresa. A Nexperia, fornecedora de semicondutores para a indústria automóvel e eletrónica de consumo europeia, pertence à chinesa Wingtech, uma empresa incluída na “lista de entidades” dos EUA, o que restringe os negócios com empresas norte-americanas.

Com esta intervenção, o ministro da Economia, Vincent Karremans, passa a poder reverter ou bloquear decisões do conselho de administração.

Adicionalmente, o CEO foi suspenso e foi nomeado um diretor independente, com as ações a serem colocadas sob gestão fiduciária.

A Wingtech reagiu, classificando a medida como uma “interferência excessiva motivada por preconceitos geopolíticos” que contraria os princípios de economia de mercado da União Europeia. A decisão de Haia surge num contexto de crescente pressão ocidental sobre a China, incluindo restrições à exportação de tecnologia de semicondutores pela própria Holanda e o bloqueio da aquisição de uma empresa britânica pela Nexperia em 2022 por razões de segurança nacional.