O desfecho desta negociação é fundamental para o futuro da companhia aérea açoriana e para a estabilidade económica da região.

O júri, liderado pelo economista Augusto Mateus, estabeleceu o dia 24 de outubro como data-limite para o único concorrente admitido, o agrupamento Newtour/MS Aviation, formalizar a sua oferta de compra.

Esta exigência surge num contexto de impasse e após o júri ter concedido "mais uns dias" para se tentar alcançar um entendimento.

A privatização de uma participação de controlo (51%) na companhia é uma das condições impostas pela Comissão Europeia no âmbito da ajuda estatal à reestruturação do Grupo SATA, aprovada em 2022.

O Governo Regional dos Açores encara o processo com urgência, tendo o secretário regional das Finanças, Duarte Freitas, admitido que um eventual insucesso da venda poderia levar à insolvência da companhia, um cenário que representaria não só a assunção do passivo existente, mas também potenciais indemnizações a trabalhadores que poderiam ascender a 300 milhões de euros. A complexidade do negócio é acentuada pela posição dos sindicatos, nomeadamente o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que, embora favorável à privatização, exige a verificação da "idoneidade financeira, técnica e laboral do comprador" e a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores, rejeitando qualquer "'chantagem' de condicionar a apresentação da proposta a cortes prévios nas condições de trabalho".