O futuro da companhia aérea açoriana está dependente do desfecho das negociações com o único concorrente admitido no processo, um consórcio que inclui figuras como Carlos Tavares.

O júri, liderado pelo economista Augusto Mateus, impôs um prazo final para a apresentação de uma proposta firme, após meses de impasse.

O principal ponto de discórdia reside nas condições laborais, com os sindicatos, nomeadamente o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), a oporem-se a eventuais cortes salariais.

O SPAC reafirmou ser favorável à privatização, mas exige a verificação da “idoneidade financeira, técnica e laboral do comprador” e a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores.

Frederico Saraiva de Almeida, vice-presidente do SPAC, declarou: “O que rejeitamos é a aparente ‘chantagem’ de condicionar a apresentação da proposta a cortes prévios nas condições de trabalho”. A situação é delicada, uma vez que o Governo Regional dos Açores já admitiu que um insucesso no processo de venda poderá levar à insolvência da companhia, o que representaria um custo adicional de cerca de 300 milhões de euros em indemnizações.

Perante a complexidade do processo e a proximidade do fim do prazo imposto por Bruxelas para a conclusão da venda, o governo açoriano considera pedir um prolongamento do prazo à Comissão Europeia.