A decisão surge enquanto a empresa aguarda o registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória anunciada pelo Grupo Visabeira.

A proposta de distribuição de dividendos, equivalente a quatro cêntimos por ação, foi retirada a pedido dos acionistas de referência, a I’M SGPS (dos irmãos Martins) e a Mota-Engil. A justificação apresentada foi o facto de o registo da OPA obrigatória da Visabeira sobre a Martifer se encontrar “pendente de condições” junto da CMVM.

A OPA foi anunciada em agosto, após a Visabeira ter celebrado um acordo parassocial com a I’M e a Mota-Engil, que, em conjunto, controlam a empresa.

A contrapartida oferecida na OPA é de 2,057 euros por ação, um valor que tem sido contestado por alguns investidores por considerarem que não reflete o valor dos ativos da empresa.

No entanto, a administração da Martifer emitiu um parecer favorável, considerando a oferta “adequada” e “suscetível de ser aceite”. Com a retirada da proposta de dividendos, a assembleia-geral, marcada para 10 de outubro, foi cancelada por falta de objeto para deliberação, num claro sinal de que os procedimentos da OPA têm prioridade sobre outras decisões de gestão corrente.