Este desfecho impede a criação de um dos maiores grupos bancários europeus e gera repercussões nos mercados e na estratégia de ambas as instituições.

A operação não conseguiu obter o apoio necessário, com a adesão a ficar-se pelos 25,47% do capital do Sabadell, um valor muito distante do objetivo mínimo de 50% estabelecido pelo BBVA para obter o controlo. O falhanço da Oferta Pública de Aquisição (OPA) impede a formação de um gigante bancário com cerca de um bilião de euros em ativos e mais de 135 mil trabalhadores.

A reação dos líderes das duas instituições foi diametralmente oposta.

Carlos Torres, presidente do BBVA, lamentou o desfecho, considerando-o "uma oportunidade perdida para todos", mas assegurou que o banco olha para o futuro "com confiança e entusiasmo" e que não se demitirá. Por outro lado, Josep Oliu, presidente do Sabadell, manifestou "grande satisfação", afirmando que "o fim da OPA é o melhor caminho para o Banco Sabadell e para o BBVA, que são duas grandes entidades que geram mais valor separadas do que juntas". O processo, iniciado em maio de 2024, enfrentou diversas dificuldades regulatórias, incluindo a oposição do governo espanhol, que impôs condições restritivas à fusão. A Comissão Europeia chegou a abrir um processo de infração contra Espanha por considerar que a legislação que permitiu ao governo intervir no processo infringia o direito da União Europeia, interferindo nas competências do Banco Central Europeu. O ministro da Economia espanhol, Carlos Cuerpo, defendeu que a atuação do governo foi "plenamente compatível" com a legislação europeia.