O antigo presidente da Parpública, Jaime Andrez, defendeu o processo no parlamento, contrariando a visão crítica do Tribunal de Contas e rejeitando a ideia de que a operação foi um falhanço. Numa audição na Comissão de Economia, Jaime Andrez argumentou que "falhanço era se não tivéssemos vendido" e se a empresa não tivesse sido reintroduzida no mercado.

A Efacec foi nacionalizada em 2020 após o escândalo 'Luanda Leaks' envolver a sua então acionista, Isabel dos Santos.

O processo de reprivatização arrastou-se por mais de três anos, envolvendo um financiamento público que, segundo o Tribunal de Contas, ascendeu a 484 milhões de euros até maio de 2024.

Jaime Andrez contestou esta interpretação, afirmando que o objetivo principal da intervenção estatal era "manter a empresa no mercado até à venda" e que a reestruturação cabia ao comprador, a Mutares.

Defendeu que a venda, que envolveu um investimento inicial de 15 milhões de euros pela Mutares mas também 75 milhões em garantias, foi um "sucesso" por ter salvado 75% dos postos de trabalho.

O sindicato SITE Norte, no entanto, criticou a falta de uma "verdadeira nacionalização", afirmando que o Estado se limitou a "tapar buracos" sem nomear gestores públicos.

O sindicato expressou ainda receios sobre o futuro da empresa sob a gestão da Mutares, que estará a desviar-se de setores estratégicos e a pressionar trabalhadores para aceitarem rescisões.

O caso ilustra as complexidades e os custos associados à intervenção do Estado em empresas privadas em crise.