O grupo de luxo Kering chegou a acordo para a venda da sua divisão de beleza à L'Oréal por quatro mil milhões de euros, numa transação que representa uma mudança estratégica significativa para ambos os gigantes da indústria. A operação inclui a prestigiada casa de perfumes Creed e licenças de longo prazo para marcas como Gucci e Balenciaga. A transação representa um movimento estratégico crucial para a Kering, sob a liderança do novo CEO, Luca de Meo, que visa reduzir a elevada dívida do grupo e recentrar a sua atividade no negócio principal da moda de luxo, especialmente numa altura em que a sua principal marca, a Gucci, enfrenta uma desaceleração. A venda, descrita por analistas como um "remédio amargo, mas necessário", surge após a unidade de beleza ter registado perdas operacionais de 60 milhões de euros no primeiro semestre.
Para a L'Oréal, esta é a maior aquisição da sua história, superando a compra da Aesop em 2023.
O acordo garante o controlo da Creed, adquirida pela Kering por 3,5 mil milhões de euros há apenas dois anos, e assegura licenças exclusivas de 50 anos para o desenvolvimento de produtos de beleza e fragrâncias de marcas de topo como a Gucci (após o término do contrato com a Coty em 2028), Balenciaga e Bottega Veneta.
A reação do mercado foi positiva, com as ações da Kering a subirem 4,7% e as da L'Oréal 1,4%. Esta operação redefine o panorama da beleza de luxo, concentrando mais poder nas mãos da L'Oréal, enquanto permite à Kering enfrentar as suas pressões financeiras e reorientar a sua estratégia.
Em resumoA Kering vendeu a sua unidade de beleza à L'Oréal por 4 mil milhões de euros para reduzir a dívida e focar-se na moda de luxo. A L'Oréal, por sua vez, realizou a sua maior aquisição de sempre, garantindo a marca Creed e licenças de longo prazo para marcas de renome, fortalecendo significativamente a sua posição no mercado.