Num movimento estratégico para reduzir a dívida e focar-se no seu negócio principal de moda de luxo, o grupo Kering vendeu a sua divisão de beleza à L'Oréal por quatro mil milhões de euros. A transação, a maior de sempre para a L'Oréal, inclui a prestigiada casa de perfumes Creed e licenças de longo prazo para marcas como Gucci e Balenciaga. Este acordo representa a primeira grande decisão do novo CEO da Kering, Luca de Meo, que assumiu funções em setembro de 2025 com o objetivo de recentrar a empresa e abater a dívida líquida, que ascendia a 9,5 mil milhões de euros em junho. A divisão Kering Beauté, criada para diversificar as fontes de receita e reduzir a dependência da Gucci, registou perdas operacionais de 60 milhões de euros no primeiro semestre do ano. A venda inclui a casa de perfumes Creed, que a Kering tinha adquirido em 2023 por 3,5 mil milhões de euros, e estabelece licenças exclusivas de 50 anos para o desenvolvimento de produtos de beleza e fragrâncias das principais marcas do grupo.
A nova licença para a Gucci entrará em vigor em 2028, após o término do contrato atual com a Coty.
Para a L'Oréal, esta aquisição supera a compra da marca australiana Aesop em 2023, consolidando a sua posição no mercado de luxo.
A reação dos mercados foi positiva, com as ações da Kering a subirem 4,7% e as da L'Oréal a valorizarem 1,4%.
Analistas consideraram a venda um “remédio amargo, mas necessário” para a Kering, permitindo-lhe focar-se na recuperação do seu negócio principal, nomeadamente da Gucci, cujas receitas caíram 25% no último trimestre.
Em resumoA venda da divisão de beleza da Kering à L'Oréal por 4 mil milhões de euros marca uma viragem estratégica para ambos os gigantes do luxo. Enquanto a Kering se foca na sua reestruturação financeira e no negócio da moda, a L'Oréal expande significativamente o seu portefólio de luxo, numa operação que redefine o equilíbrio de forças no setor da beleza.