O grupo aéreo alemão Lufthansa confirmou o seu "forte e duradouro interesse" em adquirir uma participação na TAP Air Portugal, afirmando estar a analisar "cuidadosamente" o caderno de encargos do processo de privatização. O interesse mantém-se apesar de uma recente decisão judicial que poderá custar à TAP até 300 milhões de euros em indemnizações a tripulantes. O Grupo Lufthansa declarou que está a avaliar a sua "potencial participação e investimento, em plena conformidade com o processo de venda e guiados pelo interesse estratégico na TAP". Esta confirmação surge apesar de uma decisão judicial que poderá obrigar a TAP a pagar entre 200 e 300 milhões de euros em compensações a tripulantes de cabine, um valor significativamente superior à provisão de 41 milhões de euros constituída pela companhia aérea.
Questionada sobre se esta decisão afetaria a sua oferta, a Lufthansa limitou-se a reiterar o seu interesse.
Outros potenciais concorrentes, como a Air France-KLM e a IAG (proprietária da Iberia e da British Airways), também reiteraram o seu interesse ou não comentaram o assunto.
O processo de privatização, lançado pelo Governo português, envolve a venda de até 44,9% da TAP, com 5% reservados aos trabalhadores. O prazo para os candidatos apresentarem a sua declaração de interesse à Parpública é 22 de novembro. O Governo prevê que o processo esteja concluído no prazo de um ano, dependendo das autorizações de Bruxelas. A Lufthansa destacou ainda a sua ligação histórica com a TAP através da Star Alliance e o seu investimento numa fábrica de reparação de componentes e motores de aviões em Santa Maria da Feira, prevista para entrar em funcionamento no final de 2027.
Em resumoO Grupo Lufthansa mantém um forte interesse na privatização da TAP, analisando o caderno de encargos para a venda de até 44,9% da companhia. O interesse persiste mesmo com a contingência de uma indemnização de até 300 milhões de euros a tripulantes, um fator que não parece demover os potenciais compradores, incluindo também a Air France-KLM e a IAG.