O grupo de media português Impresa, detentor da SIC e do Expresso, encontra-se em negociações avançadas para a entrada do conglomerado italiano MediaForEurope (MFE) no seu capital, uma operação que poderá reconfigurar o panorama mediático nacional. A transação, que se aproxima de uma conclusão prevista para o final de 2025, prevê que a família Balsemão mantenha, para já, o controlo do grupo. A operação surge num momento financeiro desafiante para a Impresa, que registou prejuízos de 5,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2025 e enfrenta uma dívida significativa. A entrada da MFE, controlada pela família Berlusconi, é vista como uma potencial “boia de salvação”. O acordo prevê que o grupo italiano entre como acionista minoritário, mas com a possibilidade de, a prazo, assumir uma posição de controlo.
O tema da dívida é central nas conversações, embora um perdão parcial por parte da banca ainda não esteja acordado.
O CEO da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, já tinha admitido publicamente a abertura a parceiros estratégicos, afirmando: “Se for uma relação ‘win-win’, não fechamos essa porta”.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) chegou a suspender a negociação das ações da Impresa, aguardando a divulgação de informação relevante. Subsequentemente, foi comunicado que os herdeiros de Francisco Pinto Balsemão celebraram um acordo parassocial para coordenar o exercício de voto em “matérias estratégicas”, assegurando a continuidade da influência familiar na gestão.
A MFE, por sua vez, tem seguido uma estratégia de expansão europeia, tendo recentemente consolidado o controlo sobre o grupo alemão ProSiebenSat.1, o que demonstra a sua ambição de se tornar um ator pan-europeu no setor dos media.
Em resumoA entrada da MediaForEurope no capital da Impresa está em fase final de negociação, com conclusão prevista para o final do ano. A MFE iniciará como acionista minoritária, com potencial para assumir o controlo futuro, enquanto a família Balsemão assegura a manutenção da gestão inicial através de um acordo parassocial. A operação é vista como estratégica para a Impresa, que enfrenta desafios financeiros e uma dívida considerável.