A conclusão da venda do Novobanco ao grupo francês BPCE marca o fim de um longo e complexo processo de reestruturação no setor bancário português, encerrando a intervenção estatal direta iniciada com a resolução do Banco Espírito Santo em 2014. A operação foi formalizada com a assinatura dos acordos de venda das participações minoritárias detidas pelo Estado português (11,5%) e pelo Fundo de Resolução (13,5%) ao grupo Banque Populaire et Caisse d’Epargne (BPCE). Esta transação surge na sequência do acordo do BPCE para adquirir a participação maioritária de 75% detida pelo fundo norte-americano Lone Star, tornando o grupo francês no acionista único do quarto maior banco português.
A venda foi realizada nas mesmas condições financeiras para todos os acionistas, permitindo ao setor público uma recuperação significativa dos fundos injetados na instituição, estimada em quase 2 mil milhões de euros, somando o valor da venda à distribuição de dividendos.
O Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, destacou que a operação reforça a diversificação do sistema bancário nacional, evitando “concentrações excessivas”.
Por sua vez, Nicolas Namias, CEO do BPCE, assegurou que, apesar da nova estrutura acionista, o Novobanco continuará a ser um “banco português”, com um futuro “dedicado ao financiamento da economia portuguesa” e focado na proximidade com clientes e territórios.
A conclusão do negócio, prevista para a primeira metade de 2026, encerra um ciclo de 12 anos de intervenção financeira e abre um novo capítulo para o Novobanco sob a alçada do segundo maior grupo bancário francês.
Em resumoA formalização da venda do Novobanco ao grupo francês BPCE representa um marco para o sistema financeiro português, concluindo a saída do Estado e do Fundo de Resolução do capital do banco. A operação, que torna o BPCE acionista único, visa reforçar a estabilidade da instituição e a sua capacidade de apoiar a economia nacional, encerrando um dos capítulos mais complexos da história bancária recente do país.