A seguradora argumenta ainda que, por se tratar de uma participação minoritária e ilíquida, deveria ser aplicado um desconto. A determinação final do preço será feita por uma perícia colegial nomeada pelo tribunal, tornando este negócio um caso de estudo sobre a avaliação de empresas e os direitos dos acionistas minoritários em grandes transações corporativas.
Fidelidade vende 40% da Luz Saúde ao grupo australiano Macquarie
A Fidelidade acordou a venda de uma participação estratégica de 40% na Luz Saúde ao grupo australiano Macquarie, numa transação que avalia o grupo de saúde privado em 1,1 mil milhões de euros (Enterprise Value). Este negócio, que envolve um pagamento de 310 milhões de euros pela Macquarie, mantém a Fidelidade como acionista maioritária, mas desencadeou uma complexa batalha judicial por parte de uma acionista minoritária. A transação, que aguarda aprovações regulatórias, levou a acionista Ana Cristina Meireles, detentora de 900 ações, a exercer o seu direito de alienação potestativa, previsto no artigo 490º do Código das Sociedades Comerciais, que obriga um acionista que ultrapassa 90% do capital a comprar as participações dos minoritários que o solicitem. A acionista pediu em tribunal que o valor das suas ações fosse fixado em 1.000 euros cada, o que avaliaria a empresa em mil milhões de euros. Em resposta, a Fidelidade contestou o valor, apresentando avaliações baseadas em múltiplos de mercado que colocam o valor por ação entre 7,51 e 9,32 euros, resultando numa avaliação total (Equity Value) entre 717,5 milhões e 890,2 milhões de euros.



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