Um estudo da consultora Oliver Wyman aponta para uma transformação profunda do setor, com a fragmentação do mercado a limitar a capacidade de investimento em infraestruturas essenciais. O relatório “Capital Currents” da Oliver Wyman destaca a disparidade estrutural do setor europeu.

Em média, um operador na Europa serve cerca de 5 milhões de assinantes, um número muito inferior aos 107 milhões nos EUA e 467 milhões na China. Esta fragmentação resulta num menor investimento per capita em infraestruturas (109 euros na Europa contra 174 euros nos EUA) e em receitas médias por utilizador mais baixas.

A consolidação é, por isso, vista como a via para alcançar a dimensão necessária para financiar as redes de nova geração e reforçar a soberania digital europeia.

O estudo identifica uma mudança de postura por parte dos reguladores, agora mais flexíveis e abertos a soluções que permitam operações estratégicas.

São identificados cinco arquétipos de M&A que moldarão o setor: consolidação nacional para aumentar a eficiência; reequilíbrio de portfólios com desinvestimentos; consolidação transfronteiriça para criar plataformas regionais; expansão para áreas adjacentes como IoT e cibersegurança; e a separação (carve-out) e consolidação de infraestruturas, como torres e redes de fibra.

Augusto Baena, sócio da Oliver Wyman, sublinha que “reduzir a fragmentação do mercado europeu das telecomunicações é determinante para acelerar o investimento em infraestruturas digitais e reforçar a nossa soberania estratégica”.