A operação, que mantém a Fidelidade como acionista maioritária com 59,86% do capital, motivou uma acionista minoritária, Ana Cristina Meireles, a intentar uma ação judicial para exercer o seu direito de alienação potestativa. Este direito, previsto no Código das Sociedades Comerciais, permite a um acionista minoritário exigir a compra da sua participação quando um acionista ultrapassa 90% do capital, como é o caso da Fidelidade. A disputa centra-se na avaliação da empresa: a acionista pede mil euros por cada uma das suas 900 ações, implicando uma avaliação da Luz Saúde em mil milhões de euros. Em contrapartida, a Fidelidade, na sua contestação, argumenta que o valor justo por ação se situa entre 7,51 e 9,32 euros, o que avalia a empresa entre 717,5 milhões e 890,2 milhões de euros (equity value).

A seguradora considera a proposta da acionista “totalmente exagerada” e sem fundamentação.

O valor final das ações será determinado por uma perícia colegial nomeada pelo Tribunal do Comércio de Lisboa, num processo que evidencia as complexidades legais e financeiras que podem surgir em grandes transações envolvendo empresas com capital disperso.