O Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), um dos maiores fundos de pensões do mundo, concluiu a venda da sua participação de 5,2% na EDP, num negócio que gerou um encaixe de 814,7 milhões de euros. A saída de um acionista de referência teve um impacto imediato no mercado, provocando uma queda acentuada nas ações da elétrica portuguesa. A transação foi realizada através de uma colocação privada dirigida exclusivamente a investidores institucionais, por meio de um processo de *bookbuild* acelerado. Foram vendidas 218.488.895 ações a um preço de 3,729 euros cada, valor abaixo da cotação de fecho da sessão anterior.
A EDP comunicou ao mercado que não receberia quaisquer receitas da operação. A notícia da intenção de venda, inicialmente reportada pela Bloomberg, já tinha agitado o mercado, com a EDP a confirmar posteriormente ter sido notificada pelo fundo.
Em reação à conclusão do negócio, as ações da EDP registaram uma queda superior a 4% na bolsa de Lisboa, pressionando o principal índice nacional.
O CPPIB era, até então, o quarto maior acionista da elétrica.
Após a sua saída, a estrutura acionista da EDP continua a ser liderada pela China Three Gorges, com mais de 21%, seguida pela Oppidum Capital e pela BlackRock.
A venda ocorreu pouco depois da apresentação do novo plano estratégico da EDP até 2028, que prevê um corte no investimento face ao plano anterior e que foi recebido com algum pessimismo por analistas, tendo o Goldman Sachs cortado a recomendação da empresa para 'vender'.
Em resumoA venda da participação de 5,2% da EDP pelo fundo de pensões canadiano CPPIB por 814,7 milhões de euros marca a saída de um acionista institucional de peso. A operação, que teve um impacto negativo imediato na cotação da empresa, reflete a reação do mercado não só ao desinvestimento, mas também às perspetivas apresentadas no novo plano estratégico da elétrica.