O grupo bancário francês BPCE notificou formalmente a Comissão Europeia sobre a aquisição do Novo Banco, uma operação avaliada em 6,4 mil milhões de euros. Este passo marca um avanço decisivo no processo de venda, que representa o culminar de um ciclo iniciado há mais de uma década com a resolução do Banco Espírito Santo (BES) em 2014. A notificação à Direção-Geral da Concorrência em Bruxelas, realizada a 12 de novembro, dá início ao processo de controlo de concentrações, com uma decisão preliminar esperada até 17 de dezembro. A operação foi formalizada após o Estado português e o Fundo de Resolução terem assinado, a 29 de outubro, os acordos de adesão ao contrato de venda da instituição, que era maioritariamente detida pelo fundo norte-americano Lone Star.
Com esta aquisição, o BPCE, segundo maior grupo financeiro de França, tornar-se-á acionista único do quarto maior banco português.
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, destacou que a venda reforça a diversificação do sistema bancário nacional e evita “concentrações excessivas”.
No entanto, a formalização do negócio coincidiu com buscas da Polícia Judiciária à sede do Novo Banco, no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção e burla na venda de ativos imobiliários que terão causado prejuízos avultados ao banco. Apesar de analistas, como os do banco Jefferies, considerarem que o mercado ibérico apresenta oportunidades, os principais bancos portugueses, como o BCP e o Santander, afirmaram que o preço do Novo Banco não justificava o seu interesse estratégico, focando-se no crescimento orgânico.
Em resumoA aquisição do Novo Banco pelo grupo francês BPCE por 6,4 mil milhões de euros foi notificada a Bruxelas, avançando para a fase de aprovação regulatória. A operação encerra um longo processo pós-BES e, segundo o Governo, diversifica o sistema financeiro, embora tenha sido marcada por investigações judiciais a vendas de ativos do próprio banco.