O processo de privatização da Azores Airlines, a companhia do grupo SATA que opera voos para fora do arquipélago, enfrenta um momento decisivo, com o consórcio Newtour/MS Aviation a condicionar a apresentação de uma proposta final a um entendimento prévio com os trabalhadores. A negociação com os sindicatos, em particular com o pessoal de cabine, tornou-se o ponto crítico para o avanço do negócio.\n\nO consórcio, único candidato na corrida, deixou claro numa carta aberta que "sem convergência, ou seja, sem um entendimento prévio com os trabalhadores, o agrupamento Newtour/MS Aviation não apresentará qualquer proposta de aquisição". Esta posição firme coloca pressão sobre o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), cuja assembleia geral para votar a proposta do consórcio se tornou determinante.
O agrupamento comprador lamentou que as reuniões com o SNPVAC não tenham decorrido com um "espírito de quem deseja uma negociação efetiva", acusando a postura dos dirigentes sindicais de ser de "bloqueio a um acordo". Em contraste, o diálogo com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) foi bem-sucedido, culminando na aprovação do acordo proposto com 75% dos votos.
O consórcio apela diretamente ao pessoal de cabine, sublinhando que "é o vosso futuro que está em causa" e que a "responsabilidade exige realismo".
O Governo Regional dos Açores já admitiu cenários alternativos caso a venda falhe, incluindo uma negociação particular ou mesmo o encerramento da companhia, o que eleva a importância de um desfecho positivo nas negociações laborais.
Em resumoA privatização da Azores Airlines está num impasse, dependendo de um acordo entre o consórcio comprador Newtour/MS Aviation e o sindicato do pessoal de cabine. A ausência de um entendimento laboral levará à retirada da proposta de aquisição, colocando em risco o futuro da companhia aérea açoriana.