As fabricantes de automóveis Renault e Nissan estão a discutir a possibilidade de reativar e reforçar a sua aliança de 26 anos, num movimento impulsionado por mudanças de liderança em ambas as empresas e pelas dificuldades financeiras enfrentadas pela marca japonesa. As conversações marcam uma potencial viragem na relação, que se tinha deteriorado após a detenção do antigo líder da aliança, Carlos Ghosn, em 2018.\n\nSegundo o Financial Times, o anterior CEO da Renault, Luca de Meo, era favorável a uma redução da participação de 43% que a marca francesa detinha na Nissan. No entanto, a sua saída para a Kering e a entrada de François Provost como novo CEO da Renault abriram a porta a um novo diálogo. Fontes próximas do processo indicam que os novos líderes de ambas as empresas, François Provost (Renault) e Ivan Espinosa (Nissan), mantêm "conversas regulares" sobre como se podem apoiar mutuamente, o que é visto como um "bom sinal" para o futuro.
Já em 2023, a Renault tinha concordado em reduzir gradualmente a sua participação na Nissan para 10%.
Agora, a cooperação parece estar a ganhar um novo ímpeto, com projetos concretos a serem desenvolvidos.
A Renault anunciou planos para adquirir o controlo total da joint-venture na Índia, e a Nissan está a desenvolver a sua versão do modelo Twingo da Renault, utilizando a plataforma da marca francesa na sua fábrica em França.
A Nissan confirmou que está a "trabalhar em diversos projetos estratégicos de elevado valor" com a Renault, sugerindo que mais anúncios de colaboração poderão surgir em breve.
Em resumoApós um período de tensão, a Renault e a Nissan estão a explorar formas de reforçar a sua aliança histórica. As mudanças de liderança e a necessidade de sinergias para enfrentar os desafios do setor automóvel estão a impulsionar uma reaproximação estratégica entre as duas fabricantes.