Este passo confirma a atratividade da transportadora no mercado internacional, num processo que o Governo pretende que seja transparente e benéfico para o país.

A corrida pela TAP intensificou-se com a submissão das declarações de interesse à Parpública antes do prazo final de 22 de novembro. O processo prevê a alienação de até 44,9% do capital, com 5% reservados aos trabalhadores.

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, considerou o interesse dos grandes grupos como "previsível", atribuindo-o aos "resultados bons e robustos" recentemente alcançados pela companhia.

A Parpública tem agora a tarefa de analisar as candidaturas e elaborar um relatório para o Governo, que convidará os candidatos qualificados a apresentar propostas não vinculativas.

Cada um dos interessados apresentou uma perspetiva estratégica distinta.

O grupo IAG, dono da British Airways e da Iberia, confirmou o seu interesse, mas ressalvou ser "necessário esclarecer vários temas antes de poder propor um investimento".

A Lufthansa, por sua vez, manifestou a intenção de adquirir uma participação minoritária numa fase inicial, com o objetivo de estabelecer uma "parceria de longo prazo" que preserve a "identidade portuguesa da TAP".

Já o grupo Air France-KLM, o primeiro a formalizar a candidatura, demonstrou um "forte e continuado interesse" no processo.

O principal ativo em disputa é a posição dominante da TAP nas rotas para o Brasil, considerada a "joia" da companhia, que confere ao "hub" de Lisboa uma importância estratégica fundamental na ligação entre a Europa e a América do Sul.

O processo de privatização, que inclui também a Portugália e outras unidades de negócio, deverá prolongar-se por cerca de um ano, dependendo das várias fases de negociação e das necessárias aprovações regulamentares.