O futuro da gestão da rede Pousadas de Portugal está em negociação, com o Grupo Pestana a admitir a possibilidade de adquirir a totalidade da Enatur ao Estado. O Governo confirmou ter abordado o grupo hoteleiro para uma eventual compra da sua participação de 49%, abrindo caminho para uma redefinição do modelo de gestão antes do fim da concessão, a 31 de dezembro de 2026. Atualmente, o Estado, através do Turismo de Portugal, detém 51% da Enatur, a empresa proprietária da rede, enquanto o Grupo Pestana detém os restantes 49% e a gestão concessionada. O Governo, segundo o 'Negócios', pretende adquirir a posição do Pestana para "clarificar o modelo de gestão" antes de lançar um novo concurso público para a concessão. No entanto, o CEO do Grupo Pestana, José Theotónio, afirmou em entrevista que vender a sua participação antes do final do contrato iria "desvalorizar muito" a posição do grupo.
O acordo de 2003 prevê que o Estado possa exercer uma opção de compra, mas apenas após o término da concessão.
José Theotónio revelou que, embora esteja disponível para vender se o preço for "bom", o grupo também pode acionar uma cláusula que lhe permite comprar a participação estatal.
Se o Pestana considerar a oferta do Estado demasiado baixa, pode comprar os 51% do Estado pelo valor proposto acrescido de 10%. Esta situação coloca em aberto o futuro controlo da icónica rede de hotéis históricos, com ambos os cenários — a venda ao Estado ou a compra pelo Pestana — em cima da mesa.
Em resumoAs negociações sobre o futuro das Pousadas de Portugal estão em curso, com o Governo a pretender adquirir a participação de 49% do Grupo Pestana na Enatur. No entanto, o grupo hoteleiro manifestou interesse em adquirir a totalidade da empresa, abrindo um impasse estratégico sobre o controlo da rede hoteleira antes do fim da concessão em 2026.