A operação transcende o valor financeiro, sendo encarada como decisiva para o futuro do hub de Lisboa e para a posição de Portugal no corredor aéreo atlântico. O Governo português definiu como objetivos da privatização a recuperação dos 2,55 mil milhões de euros de fundos públicos injetados na companhia, a garantia da sua sustentabilidade a longo prazo e a proteção do hub de Lisboa e das suas rotas estratégicas, nomeadamente para o Brasil e África lusófona. A Parpública confirmou a receção das três manifestações de interesse.
Cada potencial comprador apresenta um cenário distinto: a IAG (dona da Iberia) poderia criar uma plataforma ibérica dominante, mas enfrenta elevados riscos regulatórios; a Air France-KLM poderia transformar Lisboa num terceiro hub para o Atlântico Sul; e a Lufthansa poderia integrar a TAP na Star Alliance, reforçando as ligações com a Europa Central.
O sucesso da operação, segundo os analistas, não será medido apenas pelo preço, mas pela capacidade de o comprador preservar o papel estratégico de Lisboa. O processo, contudo, não é consensual, com o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias, a considerar a privatização “um erro” e o caderno de encargos “miserável”.













