Contudo, a operação, que prevê a alienação de até 44,9% do capital, enfrenta críticas e preocupações por parte de sindicatos e associações do setor.

O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, destacou o interesse sem precedentes dos três grandes grupos, afirmando: “Nunca nas três privatizações deste século da TAP apareceram as três companhias aéreas de líderes da Europa interessadas, e ativamente interessadas, na TAP”.

O Governo aponta para uma “primeira decisão” em julho de 2026. O valor estratégico da companhia assenta no seu hub de Lisboa, visto como uma ponte essencial para o Brasil, a África lusófona e a América do Norte.

Cada um dos potenciais compradores tem um foco estratégico distinto: a Lufthansa visa reforçar as suas rotas para o Brasil e América Latina; a IAG vê a TAP como um complemento à sua rede, forte nos mercados lusófonos; e a Air France-KLM destaca o acesso à sua parceria transatlântica com a Delta e a Virgin Atlantic.

Todos os interessados garantiram a intenção de manter a marca TAP e o hub de Lisboa. No entanto, o processo não está isento de controvérsia. O líder do sindicato dos tripulantes (SNPVAC), Ricardo Penarroias, descreveu a vontade do Governo em privatizar como “exacerbada, quase doentia” e o caderno de encargos como “miserável”, alertando que o novo dono terá de assumir um passivo de 300 milhões de euros devido aos trabalhadores.

Por sua vez, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, considera que o sucesso da privatização dependerá mais da saúde económico-financeira da TAP do que de outros fatores.