O Governo português avança com o processo de privatização da TAP, prevendo uma primeira decisão no prazo de oito meses, num movimento que tem gerado debate e preocupação entre os vários intervenientes do setor. A alienação de até 44,9% do capital da companhia aérea nacional visa integrá-la num grande grupo europeu para garantir a sua competitividade futura. O processo, gerido pela Parpública, prevê a venda de uma participação de até 44,9%, com 5% adicionais reservados aos trabalhadores. O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, destacou o interesse sem precedentes dos três principais grupos aéreos europeus — Lufthansa, IAG e Air France-KLM —, afirmando que uma “primeira decisão” deverá ser tomada até julho de 2026.
Segundo o governante, “nunca nas três privatizações deste século da TAP apareceram as três companhias aéreas líderes da Europa interessadas”.
Contudo, o processo não está isento de críticas.
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, considera que o sucesso da privatização dependerá mais da saúde económico-financeira da TAP do que de outros fatores. Por outro lado, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) manifestou preocupação, alegando que o caderno de encargos foi desenhado “à medida do comprador” e alertando que o futuro dono terá de assumir as responsabilidades financeiras decorrentes dos processos judiciais em curso movidos pelos trabalhadores.
Em resumoO Governo avança com a privatização parcial da TAP, contando com o forte interesse de gigantes europeus para assegurar o futuro da companhia. No entanto, o processo enfrenta críticas de stakeholders do setor e sindicatos, que levantam questões sobre os termos da venda, a transparência e as futuras obrigações do novo acionista.