Apesar do seu potencial, persistem barreiras culturais e estruturais à sua intervenção.
Os dados indicam uma tendência de crescimento no valor médio das transações de 'private equity', refletindo uma “dinâmica de consolidação no mercado”, segundo André Carvalho, sócio da Bain & Company. Em Portugal, este capital tem encontrado um terreno fértil num “mundo de empresas sem descendente”, onde os fundos surgem como uma solução para garantir a continuidade e o crescimento dos negócios. Além de capital, os fundos podem desempenhar um papel de mentoria no complexo processo de transição geracional. No entanto, a entrada de 'private equity' em empresas familiares enfrenta obstáculos significativos.
A resistência em abdicar do controlo acionista e os diferentes horizontes temporais — os fundos procuram retornos num prazo definido, enquanto as famílias podem ter uma visão de longo prazo — são as principais barreiras.
Para potenciar este mercado, Stephan de Moraes, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI), defende ser “fundamental avançar com a União dos Mercados de Capitais e criar incentivos às fusões e aquisições”. A falta de um mercado de capitais europeu com a profundidade do norte-americano limita as opções de saída ('exit') para os fundos, que frequentemente acabam por vender as empresas a compradores americanos, dificultando a retenção de valor e de centros de decisão na Europa.













