Galp Firma Parceria com TotalEnergies na Namíbia e Sofre Forte Queda em Bolsa

A Galp anunciou um acordo estratégico com a TotalEnergies para a partilha de participações em blocos de exploração petrolífera na Namíbia, uma operação que visa mitigar o risco e otimizar o potencial da promissora descoberta de Mopane, mas que gerou uma forte reação negativa do mercado. O acordo prevê que a TotalEnergies adquira 40% da licença PEL 83, onde se localiza Mopane, e assuma o papel de operadora. Em contrapartida, a Galp, que mantém 40% da licença, recebe participações de 10% na PEL 56 (onde se situa a descoberta gigante Venus) и 9,4% на PEL 91. Adicionalmente, a petrolífera francesa cobrirá metade dos custos de investimento da Galp na exploração e desenvolvimento de Mopane. A presidente do Conselho de Administração da Galp, Paula Amorim, justificou a operação como uma forma de "reduzir significativamente os riscos do Mopane, alinhando um caminho concreto para o futuro do ativo", através da parceria com "uma operadora altamente experiente em águas ultraprofundas". Apesar da lógica estratégica de partilha de risco num projeto de capital intensivo, a reação dos investidores foi imediata e severa. As ações da Galp afundaram mais de 11% no dia do anúncio, resultando numa perda de capitalização bolsista superior a 1,5 mil milhões de euros. A desilusão do mercado parece radicar nos termos do negócio, que ficaram aquém das expectativas de alguns analistas, como a UBS, que previa um pagamento inicial de 200 milhões de euros e a cobertura de 3 mil milhões em custos, condições que não se verificaram nos moldes anunciados.

Em resumo

O acordo da Galp com a TotalEnergies na Namíbia representa uma decisão estratégica prudente para desenvolver uma descoberta de classe mundial, mas foi penalizado pelo mercado a curto prazo. A reação evidencia a tensão entre a gestão de risco a longo prazo e as expectativas dos investidores por uma monetização mais imediata e vantajosa do ativo.

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