O processo de privatização de uma participação de 49,5% na TAP Air Portugal avançou de forma decisiva, com a Parpública a receber manifestações de interesse de três dos maiores conglomerados de aviação da Europa: Air France-KLM, Lufthansa e IAG (dono da British Airways e Iberia). Este desenvolvimento marca um ponto de viragem para a companhia aérea nacional, que procura um parceiro estratégico após um exigente plano de reestruturação supervisionado pela Comissão Europeia, decorrente de um auxílio estatal. O caderno de encargos da privatização estabelece critérios rigorosos para os candidatos, incluindo receitas superiores a 5 mil milhões de euros num dos últimos três anos, experiência comprovada no setor e idoneidade. O processo de venda está estruturado em várias fases, começando com a análise das manifestações de interesse pela Parpública, que elaborará um relatório para o Governo.
Os candidatos aprovados serão depois convidados a apresentar propostas não vinculativas, detalhando o preço, planos de investimento para a frota e respeito pelos compromissos laborais. Numa fase posterior, os proponentes selecionados apresentarão propostas vinculativas.
O processo culminará com a escolha da melhor proposta pelo Conselho de Ministros.
A privatização ocorre num contexto em que a ajuda estatal à TAP foi contestada judicialmente por concorrentes como a Ryanair, que viu os seus recursos negados pelo Tribunal de Justiça da UE, validando assim o apoio concedido a Portugal.
O Governo estima que todo o processo possa demorar cerca de um ano, dependendo das autorizações regulatórias.
Em resumoA privatização da TAP entrou numa fase crucial com o interesse formalizado de grandes grupos europeus, refletindo o valor estratégico da companhia. O sucesso da operação dependerá da capacidade de atrair uma proposta que garanta não só o retorno financeiro, mas também um plano industrial robusto para o futuro da transportadora aérea nacional.