O processo de privatização da TAP Air Portugal avança para uma nova fase, com o Governo a confirmar que os três grupos interessados – IAG, Air France-KLM e Lufthansa – cumprem os requisitos de pré-qualificação. A venda de até 44,9% do capital da companhia aérea nacional continua a ser um dos temas centrais da política económica, com os potenciais compradores a definirem as suas condições. Após a Parpública entregar o relatório de avaliação das manifestações de interesse, o Governo mandatou o início da segunda fase a partir de 2 de janeiro, convidando os interessados a apresentar propostas não vinculativas até 2 de abril.
Estas propostas deverão incluir não só uma componente financeira, mas também um plano industrial e estratégico para a companhia.
No entanto, o processo não está isento de complexidades.
O grupo IAG, dono da British Airways e da Iberia, já manifestou publicamente que a sua participação depende de um “caminho muito claro para a propriedade da companhia, propriedade total ou maioritária”, algo que o modelo atual de privatização parcial não contempla. O administrador financeiro da IAG, Nicholas Cadbury, afirmou que, sem essa perspetiva, “vai ser muito difícil chegar a acordo”.
O Governo também decidiu excluir do perímetro da privatização as participações da TAP nas empresas de catering (Cateringpor) e de handling, uma alteração realizada no âmbito do plano de reestruturação da companhia, que termina a 31 de dezembro.
Em resumoA privatização da TAP prossegue com três grandes grupos aéreos europeus qualificados. A fase seguinte, de propostas não vinculativas, será decisiva para o futuro da companhia, sendo que as exigências dos potenciais compradores, como a ambição da IAG por controlo maioritário, constituirão um ponto central nas negociações com o Estado português.