O processo de privatização da TAP Air Portugal avançou para uma nova fase, com o Governo a pré-qualificar os três grandes grupos aéreos europeus interessados. A venda de uma participação de até 44,9% da companhia aérea nacional está a gerar um debate intenso sobre as condições estratégicas e o futuro da transportadora. O Governo concluiu a fase de pré-qualificação, mandatando a Parpública para convidar a Air France-KLM, o International Airlines Group (IAG) e a Lufthansa a apresentarem propostas não vinculativas a partir de 2 de janeiro. O caderno de encargos prevê a alienação de até 44,9% do capital, com 5% reservados aos trabalhadores.
No entanto, o grupo IAG, dono da British Airways e da Iberia, já manifestou publicamente a sua preferência por um controlo mais alargado. Nicholas Cadbury, administrador financeiro da IAG, afirmou à Bloomberg que, para atingir as margens de lucro desejadas (12-15%), o grupo precisaria de “um caminho muito claro para a propriedade da companhia, propriedade total ou maioritária, e neste momento isso não está em cima da mesa”.
Esta posição coloca pressão sobre o modelo de privatização definido pelo Governo. O processo de venda exclui as áreas de negócio de catering (CateringPor) e de handling, uma decisão tomada no âmbito do plano de reestruturação da companhia. Os critérios de avaliação das propostas incluem a valorização financeira, o plano industrial e estratégico, a manutenção da marca e da sede em Portugal e a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores.
Em resumoO Governo português avançou com a privatização da TAP, convidando a IAG, Air France-KLM e Lufthansa para a fase de propostas não vinculativas. A IAG manifestou a necessidade de garantir um caminho para o controlo maioritário da companhia, enquanto o processo prevê a venda de até 44,9% do capital, excluindo os negócios de catering e handling.