A greve, convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul, teve um impacto considerável nos serviços.
Várias Unidades de Saúde Familiar (USF) em Faro e Loulé encerraram, e no Hospital de Faro, o bloco operatório funcionou apenas com serviços mínimos, cancelando todas as cirurgias programadas, exceto as oncológicas.
A adesão à greve foi um ponto de discórdia: os sindicatos apontaram para uma participação global entre 70% e 80% (60% entre médicos e 80% entre enfermeiros), enquanto a ULS do Algarve estimou uma adesão de apenas 24% no turno da manhã. André Gomes, do SMZS, sublinhou que a situação vivida nas urgências durante a greve reflete a realidade diária, marcada pela "escassez crónica de profissionais", exemplificando com a existência de apenas uma médica de cuidados paliativos para o Algarve Central.
Em contrapartida, o presidente da ULS do Algarve, Tiago Botelho, considerou a greve incompreensível, sugerindo que tinha "motivações políticas" e que o caderno reivindicativo "não faz sentido". Esta acusação foi prontamente rejeitada pelo secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, que a classificou como "indecente", evidenciando a profunda fratura entre os trabalhadores e a gestão da saúde na região.