A greve, convocada em conjunto pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul, pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul, foi descrita pelos sindicatos como “histórica” pela união das três carreiras.

As principais reivindicações centram-se na necessidade de mais profissionais para aliviar o desgaste das equipas e na melhoria das condições de trabalho.

O impacto da paralisação foi notório, com o encerramento total de várias Unidades de Saúde Familiar em Faro e Loulé. No Hospital de Faro, os serviços de urgência e o bloco operatório funcionaram apenas com serviços mínimos, e todas as cirurgias programadas foram canceladas devido à adesão total dos enfermeiros.

Contudo, a perceção do sucesso da greve diverge radicalmente entre as partes. Enquanto os sindicatos falam num “sucesso” com adesão global de 80%, a administração da ULS do Algarve, liderada por Tiago Botelho, apresentou números muito inferiores, estimando a adesão em apenas 24% durante o turno da manhã. O presidente da ULS considerou que a greve não tinha “justificação, do ponto de vista dos fundamentos”, insinuando motivações políticas por parte das estruturas sindicais.

Esta disparidade de números reflete o profundo fosso entre a administração e os profissionais de saúde, que se sentem sobrecarregados e desvalorizados.