A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu não ser possível estabelecer um nexo de causalidade entre a morte de um idoso de 95 anos em Ansião e os atrasos no socorro durante a greve dos técnicos do INEM em novembro de 2024. A investigação surge no contexto de um dia de paralisação que coincidiu com uma greve da função pública, resultando em graves perturbações no atendimento de emergência. O caso remonta a 4 de novembro de 2024, um dia em que, segundo um relatório anterior da IGAS, mais de metade das 7.326 chamadas para o INEM foram abandonadas devido à greve às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) e à paralisação da Função Pública. A investigação da IGAS sobre a morte em Ansião é a décima de um total de doze inquéritos abertos a óbitos ocorridos nesse dia.
Nas conclusões, a peritagem médica refere que, "numa paragem cardíaca em doentes com idade superior a noventa anos, a taxa de sobrevida é reduzida e o desfecho seria provavelmente semelhante, mesmo em condições otimizadas".
Esta decisão iliba o INEM de responsabilidade direta neste caso específico, mas o contexto geral revela a vulnerabilidade do sistema de emergência médica durante ações de luta laboral. A situação expõe o dilema entre o direito à greve e a garantia de serviços essenciais, levantando questões sobre os serviços mínimos e a capacidade de resposta do Estado em cenários de crise.
Em resumoUma investigação da IGAS concluiu que não há nexo de causalidade entre a morte de um idoso e o atraso no socorro durante uma greve do INEM em 2024. O caso destaca, no entanto, as graves falhas no sistema de emergência nesse dia.