A paralisação visa a integração de cerca de 60 trabalhadores numa carreira técnica superior única, pondo fim a disparidades salariais e de progressão. A greve dos observadores meteorológicos e geofísicos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) destaca um conflito laboral estrutural e de longa data no seio de um serviço público essencial.
Com uma adesão notável, superior a 90%, a paralisação revela um profundo descontentamento entre os trabalhadores, cuja principal reivindicação é a integração numa carreira técnica superior única.
A existência de cerca de 60 profissionais a desempenhar as mesmas funções, mas enquadrados em quatro carreiras distintas, resulta em desigualdades salariais e de progressão profissional que, segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), se arrastam desde 2017. Esta situação evidencia uma falha na gestão de recursos humanos da administração pública, que permitiu a perpetuação de um sistema considerado injusto pelos seus trabalhadores.
A paralisação acarreta riscos significativos, podendo afetar a prestação de informação meteorológica a setores críticos como a aviação, onde a precisão dos dados é fundamental para a segurança das operações.
A reação da tutela, nomeadamente do Ministério da Agricultura e do Mar, que reconhece a legitimidade da aspiração dos trabalhadores e afirma estar a articular uma solução com o Ministério das Finanças, sugere que há um reconhecimento do problema, embora a ausência de uma resolução ao longo de vários anos alimente o ceticismo sindical. A elevada adesão à greve funciona como um forte instrumento de pressão, demonstrando a unidade dos trabalhadores e a urgência de uma resposta governamental que ponha fim a esta anomalia na estrutura de carreiras do Estado.













