O protesto visa alertar para uma situação que, segundo os sindicatos, resulta no encerramento de camas e na sobrecarga das equipas, comprometendo a qualidade dos cuidados prestados no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A ação de protesto percorreu os hospitais Amadora-Sintra, São Francisco Xavier, Santa Maria e São José, unidades onde a falta de enfermeiros é particularmente sentida. A presidente do SEP, Isabel Barbosa, citou um estudo governamental de 2022 que já apontava para a necessidade de mais 7.106 enfermeiros na região de Lisboa e Vale do Tejo, um número que, segundo a sindicalista, estará hoje desatualizado e será ainda maior. A carência de profissionais tem consequências diretas e visíveis na prestação de cuidados: no Hospital de Cascais, 15 camas de cirurgia estão encerradas, enquanto no Hospital de São José, 16 camas no serviço de neurocirurgia e outras 12 em medicina estão inativas “há já bastantes meses”. A situação repete-se no Hospital de Vila Franca de Xira, onde faltarão mais de 300 enfermeiros. Para garantir o funcionamento dos serviços, as equipas existentes enfrentam “elevados ritmos de trabalho, centenas de feriados em dívida e enfermeiros em exaustão e em burnout”. Além da contratação de mais profissionais, os enfermeiros exigem a valorização da carreira, com uma progressão mais rápida e um sistema de avaliação de desempenho “mais justo”, bem como um aumento salarial, dado que um enfermeiro em início de carreira aufere cerca de 1.500 euros brutos.