A ação, desencadeada por uma altercação violenta, expõe a vulnerabilidade do setor do táxi face a práticas predatórias e levanta sérias questões de segurança e regulação na principal porta de entrada do país. O conflito intensificou-se devido a esquemas de angariação de turistas para viaturas descaracterizadas que cobram valores exorbitantes, como os “550 euros por uma viagem até ao Cacém” denunciados por um motorista. A situação atingiu um ponto crítico a 13 de agosto, quando uma rixa eclodiu depois de um taxista ter tentado alertar passageiros sobre o serviço ilegal e ter sido ameaçado por um grupo de cerca de 15 indivíduos. Em resposta, perto de 200 taxistas bloquearam o acesso ao terminal de chegadas, gerando o caos. A ANA – Aeroportos de Portugal manifestou preocupação com o “agravamento das atividades ilegais”, que incluem não só transportes ilícitos mas também outras práticas fraudulentas, e alertou para “indícios de possível envolvimento de organizações criminosas”. A gestora aeroportuária já solicitou um reforço dos meios policiais e planeia obras para limitar o acesso de veículos não licenciados, embora a conclusão esteja prevista apenas para daqui a um ano e meio.

Florêncio Almeida, presidente da ANTRAL, descreveu o ambiente como um “barril de pólvora”, alertando que “qualquer dia morre alguém”. A situação reflete um problema crónico de fiscalização que, segundo os profissionais do setor, coloca em risco tanto a sua subsistência como a segurança dos passageiros.