O Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte acusa a CUF e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada de imporem jornadas de trabalho de 12 horas. A denúncia surge no contexto de um novo Contrato Coletivo de Trabalho que, segundo o sindicato, retira direitos aos trabalhadores. Um conflito laboral no setor da hospitalização privada opõe o Sindicato dos Trabalhadores na Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN), da CGTP-IN, à CUF e à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP). A dirigente sindical Vânia Cardoso denunciou, durante um protesto no Hospital CUF Porto, a imposição de "turnos de 12 horas consecutivas, diárias, obrigatórias" a trabalhadores de limpeza, auxiliares de ação médica e rececionistas. A polémica centra-se num novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) assinado pela APHP com sindicatos da UGT, que o STIHTRSN alega implicar "cortes no subsídio de turno, alterações no pagamento de feriados, travões à progressão na carreira" e a criação de um banco de horas. O sindicato questiona a representatividade das estruturas da UGT no setor, afirmando que o CCT da hospitalização privada vigora desde 1975 e tem sido negociado pela FESAHT/CGTP-IN.
Em resposta, a APHP declarou estar "disponível para continuar a trabalhar" com as estruturas sindicais, destacando que o novo CCT, assinado em junho, abrange cerca de 9.500 trabalhadores e prevê um "aumento salarial médio de 75 euros", fruto de um "diálogo construtivo".
A CUF, por sua vez, assegurou que "cumpre escrupulosamente" a legislação laboral.
O sindicato contrapõe, citando o crescimento económico do setor, que em 2024 registou um aumento de 11,6% nas receitas, para um total de 2,5 mil milhões de euros.
Em resumoO conflito no setor da hospitalização privada reflete uma disputa sobre as condições de trabalho e a legitimidade da representação sindical. De um lado, o STIHTRSN denuncia a precarização de direitos através de um novo CCT, nomeadamente com a imposição de horários de 12 horas. Do outro, a APHP defende o acordo assinado com sindicatos da UGT como um avanço que equilibra os interesses dos trabalhadores e a sustentabilidade do setor.