Apesar da elevada adesão à paralisação, o polémico movimento de magistrados foi oficialmente publicado, com o sindicato a prometer a continuação da luta. O conflito foi espoletado pela aprovação, por parte do Conselho Superior do Ministério Público, de um movimento de magistrados que cria lugares com competências mistas, agregando as jurisdições criminal, cível e de família e menores. Para o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), esta medida representa "o último prego" na especialização, um pilar que consideram essencial para a qualidade da justiça.

Em resposta, o sindicato convocou uma greve nacional de dois dias e paralisações regionais de três dias em julho, que contaram com uma adesão entre 75% e 100%. Apesar da contestação, o movimento foi publicado em Diário da República a 29 de agosto, com os procuradores a terem de assumir as novas funções a partir de 1 de setembro. A Procuradoria-Geral da República justificou a decisão com a necessidade de "otimizar os recursos existentes" num "contexto de reconhecida e notória carência de recursos humanos".

O SMMP, presidido por Paulo Lona, já anunciou que, embora não esteja prevista nova greve para setembro, irá ponderar "outras formas de protesto", mantendo a contestação à medida que considera um retrocesso para o sistema judicial.