A paralisação, convocada pelo Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP), reflete um contínuo descontentamento com as condições de trabalho, focando-se em reivindicações sobre a evolução das carreiras e a organização dos horários de trabalho.

Esta é a terceira greve convocada desde maio, sinalizando um impasse nas negociações entre os trabalhadores e a administração.

O protesto consistirá numa paragem de quatro horas por turno, o que totaliza doze horas de interrupção diária no maior terminal de contentores do país.

A administração da PSA Sines, através da sua diretora-geral, Nichola Silveira, manifestou grande preocupação com os potenciais impactos da greve.

Em comunicado, alertou para as repercussões negativas na operação portuária, nomeadamente a “perda de movimentos, à confiança dos clientes e à sustentabilidade a longo prazo de muitos postos de trabalho”, o que poderia afetar a economia local e nacional. A empresa destacou ainda ter alcançado um entendimento com o Sindicato XXI, a maior estrutura sindical no terminal, que incluiu a criação de um grupo de trabalho para discutir um novo modelo de horários e a implementação de incentivos. No entanto, o SIEAP acusa a administração de o ter bloqueado nas negociações e de ignorar as suas propostas para um modelo de horários “mais humano”.

O sindicato defende que a greve é uma “resposta inevitável” e que o verdadeiro risco para a sustentabilidade não é a paralisação, mas sim as políticas da empresa que descuram o bem-estar dos seus trabalhadores.