A iniciativa do Executivo, designada "Trabalho XXI", é vista pelas estruturas sindicais como um "ataque generalizado aos direitos dos trabalhadores" e uma "contra-reforma liberal".

A contestação sindical centra-se na percepção de que a reforma visa facilitar os despedimentos, aumentar a precariedade e enfraquecer direitos consolidados.

Mário Mourão, secretário-geral da UGT, classificou a proposta como um "autêntico retrocesso relativamente à família, à parentalidade e aos contratos de trabalho". Por seu lado, a CGTP apresentou um caderno reivindicativo que exige um aumento do salário mínimo para 1.050 euros em 2026, um aumento geral dos salários de pelo menos 15% (nunca inferior a 150 euros), a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais e a reposição dos 25 dias úteis de férias. A central sindical convocou uma Jornada Nacional de Luta para 20 de setembro.

O Governo, através da Ministra do Trabalho, defende que o objetivo é flexibilizar regimes laborais "que são muito rígidos" para aumentar a "competitividade da economia e promover a produtividade". Apesar das críticas, a ministra afirmou que o anteprojeto é um documento aberto e passível de alterações, mas avisou que não irá "eternizar" a discussão na concertação social.

A união rara entre CGTP e UGT num tema desta magnitude sinaliza um potencial de elevada conflitualidade social nos próximos meses, dependendo do desfecho das negociações.