Esta ação sindical visa protestar contra o que os professores consideram ser horários de trabalho irregulares e excessivos, que ultrapassam as 35 horas semanais legalmente estabelecidas.

Esta forma de greve não implica uma paralisação total das aulas, mas sim a recusa dos docentes em realizar tarefas que extravasam a sua componente letiva. A medida surge num contexto de profundo descontentamento da classe, que se queixa de uma sobrecarga de trabalho burocrático e de responsabilidades não remuneradas que comprometem a qualidade do ensino e o bem-estar dos profissionais. O secretário-geral da Fenprof, José Feliciano Costa, denunciou que “há horários de trabalho que mantêm irregularidades”, uma situação que o sindicato pretende combater com esta ação de protesto.

A greve ao sobretrabalho é uma ferramenta de pressão estratégica, desenhada para impactar o funcionamento administrativo das escolas sem prejudicar diretamente o tempo de aula dos alunos. A ação insere-se num quadro mais vasto de reivindicações da Fenprof, que incluem a valorização salarial, a melhoria das condições de carreira e a resolução do problema da falta de professores. A federação espera que esta e outras formas de luta, como a manifestação nacional agendada para 20 de setembro, pressionem o Governo no arranque das negociações para a revisão do Estatuto da Carreira Docente, tornando a profissão mais atrativa e sustentável a longo prazo.