A contestação culminou numa concentração junto à Assembleia da República, que contou com o apoio de candidatos presidenciais da esquerda, nomeadamente António Filipe (CDU) e Catarina Martins (BE).

O descontentamento sindical centra-se no que consideram ser um “retrocesso gravíssimo” e um “ataque aos trabalhadores”.

As críticas visam várias áreas do anteprojeto, incluindo alterações consideradas prejudiciais nos direitos de parentalidade, como a licença de amamentação e o luto gestacional, que motivaram uma petição pública com o título “Retrocessos inaceitáveis nos direitos das mulheres, mães e bebés”.

Além disso, os sindicatos opõem-se à fragilização do regime de teletrabalho, ao enfraquecimento da contratação coletiva e a um ataque ao direito à greve, através do alargamento dos setores abrangidos por serviços mínimos. Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, classificou o pacote como uma “agressão aos trabalhadores” e um “completo retrocesso”, enquanto Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, afirmou que a proposta de liberalização do despedimento através do período experimental “será muito difícil de aceitar”.

A união das duas centrais sindicais, que historicamente apresentam estratégias distintas, sinaliza a gravidade com que encaram a reforma.

A CGTP já agendou uma Jornada Nacional de Luta para 20 de setembro, e ambos os líderes sindicais deixaram claro que uma greve geral conjunta “não está fora de questão” se o Governo mantiver a sua posição.