A mobilização contra o anteprojeto de revisão do Código do Trabalho foi visível em protestos junto à Assembleia da República, que contaram com a presença de cidadãos, juristas, sindicalistas e candidatos presidenciais como António Filipe (CDU) e Catarina Martins (BE). A contestação foi impulsionada por petições online que reuniram dezenas de milhares de assinaturas, como a que se opõe a "retrocessos inaceitáveis nos direitos das mulheres, mães e bebés".

As críticas centram-se em várias propostas, incluindo a limitação da dispensa para amamentação, a revogação das faltas por luto gestacional, a fragilização do regime de teletrabalho, a facilitação dos despedimentos e o ataque ao direito à greve e à contratação coletiva.

As duas maiores centrais sindicais, CGTP e UGT, rejeitaram liminarmente o pacote legislativo, classificando-o como um "retrocesso civilizacional" e um "ataque generalizado aos trabalhadores".

Ambas as confederações admitiram a possibilidade de uma greve geral conjunta caso o Governo não recue nas suas intenções, com a CGTP a agendar já uma Jornada Nacional de Luta para 20 de setembro. Esta frente unida de oposição, que abrange desde movimentos cívicos a estruturas sindicais e figuras políticas, sinaliza um período de forte tensão social e um desafio significativo para o Governo na negociação de uma reforma que é vista como um retrocesso nas conquistas laborais das últimas décadas.