O Governo reconhece o problema como estrutural, mas promete maior celeridade na colocação de docentes e critica a imagem negativa criada pelos protestos.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, estimou que o número de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina poderá ser superior a 100 mil, sublinhando que o problema se agravará com as aposentações.

A FENPROF, por seu lado, denunciou a falta de docentes na região da Beira Baixa e anunciou greves ao sobretrabalho. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, admitiu a existência de cerca de mil horários por preencher, principalmente em Lisboa, Setúbal e Algarve, mas garantiu que o sistema de colocação passará a ser “duas vezes mais rápido”, com colocações a cada três dias úteis. O ministro atribuiu a falta de docentes a “uma falta de investimento de décadas” e criticou os protestos, afirmando que os professores em manifestações perdem a “aura” da profissão, embora reconheça que foram “muito maltratados durante demasiado tempo”. As preocupações das famílias também são evidentes, com um estudo do Cetelem a revelar que o otimismo para o novo ano letivo atingiu o valor mais baixo dos últimos cinco anos, sendo a falta de professores e o impacto de potenciais greves algumas das principais inquietações.