No 46.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) emitiu um duro comunicado, acusando o Governo de manter um “subfinanciamento crónico” e de promover políticas que empurram os profissionais para fora do serviço público. A FNAM alerta que, sem uma mudança de rumo, Portugal arrisca-se a “perdê-lo de vez”, exigindo a abertura imediata de negociações. A federação sindical considera que o SNS está “mais fragilizado do que nunca” e critica o executivo por, em vez de o reforçar, abrir “espaço aos privados, que aguardam o retorno dos 1000 milhões de euros de investimento que têm vindo a ser anunciados”. A FNAM defende que a saúde não pode ser gerida com “lógicas de produção” e que o salário-base dos médicos continua “desajustado face à responsabilidade e exigência da profissão”.
Esta situação, segundo o sindicato, tem levado cada vez mais médicos a abandonar o SNS.
“Sem carreiras estáveis e atrativas, não haverá futuro para o SNS”, reforça o comunicado.
A posição da FNAM é corroborada por outras entidades, como a Ordem dos Médicos, cujo bastonário, Carlos Cortes, considera que o SNS vive “uma das maiores crises” da sua história, apontando a falta de recursos humanos como o principal problema.
A FNAM conclui com um apelo à ação, afirmando que “o tempo está a esgotar-se” e que não aceitará um modelo que fragilize o SNS, exigindo negociações sérias para garantir condições justas para os médicos e um serviço de saúde de qualidade para todos.
Em resumoA celebração do aniversário do SNS foi marcada por fortes críticas dos sindicatos médicos, que acusam o Governo de desinvestimento e de favorecer o setor privado. A FNAM exige negociações imediatas para a valorização das carreiras e a melhoria das condições de trabalho, alertando que a contínua saída de profissionais coloca em risco a sustentabilidade do serviço público de saúde.